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sábado, 31 de julho de 2010

Escrita

A trama gira em torno de um jovem homem e sua introspecção, perdido em seus pensamento e preocupações, acaba se tornando distante e amargurado. Vivendo de fantasias e utilizando o imaginário como válvula de escape, tenta seguir em frente sem demonstrar seus problemas, mantendo-se firme no melhor estilo Menino Durão. Vivenciando o pior momento de sua vida e perdendo as esperanças de voltar com ela para os trilhos, fica constantemente pedindo uma única chance de voltar no tempo e reescrever-la.

SINOPSE por Douglas Galdino Lacerda.

Escrita

Enfim ele chegou.
Mas ninguém o viu.
Ninguém o escutou.
Ninguém o escuta, nunca.
Mas sua discreta presença.
Trouxe uma infinidade de sons.
Sons que nunca antes ouvira.
A bulha inicia-se quando ele esta presente.
Ele não emite som algum.
É demasiado tímido.
Odeia qualquer tipo de som, de nota.
Mas sua presença desperta novos sons.
Sons originais e fascinantes.
Sons que são extintos em sua ausência.
Sons imperceptíveis sem sua presença.
Sons que o adoram.
O soar dos ponteiros.
Da constante água a gotejar.
Do grilo a cantar.
Todos amam e adoram,
Não existem sem ele.
O silencio.

O AMIGO DOS EXCLUÍDOS por Luiz Paulo Maciel de Souza.

Escrita

Atravessa mesmo sem um convite feito.
Adentra pelas cortinas e sem permissão.
Toca em tudo,
Até em meu ser adormecido.
Intima-me a gozar a vida,
Mesmo sem dizer palavra alguma.
Respondo lhe abrindo meus olhos e quase fico cego.
Vejo que ele se apoderou de meu quarto.
Vejo-o em meu sofá e em meus quadros.
Intruso,
Evasivo,
E ainda tem a audácia de me despertar.
Pergunto-lhe: “O que queres aqui?”
Ele então me responde,
Porém à sua maneira.
Brilhando ainda mais forte,
Aquecendo-me com seus raios.
Agradeci-lhe então a sua calorosa visita.
Agradeci o raio de sol.

INTRUSO por Luiz Paulo Maciel de Souza.

Escrita

Ficar me culpando por não ter aproveitado a vida,
Enquanto ainda estou vivo,
Isso é uma ironia,
Não tem sentido.

Arrepender-me de não ter feito o que queria,
Se ainda tenho forças para tal façanha,
Isso me causa agonia,
Meu estomago estranha.

Esperar uma próxima encarnação para poder viver,
Isso é triste e sem sentido,
Pois se ainda me mantenho em pé
É por que estou vivo.

Entregar-me a sentimentos traiçoeiros,
Que tentam arrastar-me para o fundo,
Isso eu não farei,
Pois quero ver as coisas do mundo.

Enfim (...) viver o desconhecido?
Isso eu farei!
Pois pelo menos estou vivendo,
Sem a culpa de estar me escondendo.

SEM CULPA por Luiz Paulo Maciel de Souza.Es

Escrita

Se não fossem as drogas,
O que seria de mim?
Se não fossem as drogas,
Qual seria meu fim?
Fim de semana triste,
Daqueles em que nada se tem,
Nada se faz e nada acontece.

Se não fossem as drogas,
Ficaria num canto escuro?
Se não fossem as drogas,
Pensaria nas tristezas do mundo?
Mundo injusto,
Onde estamos de mãos atadas,
Nada se pode fazer de concreto.

Se não fossem as drogas,
Onde eu estaria agora?
Se não fossem as drogas,
Estaria eu a sete palmos?
Palmos estranhos,
Mãos tremulas em busca de um cigarro,
Em busca de um descanso.

Se não fossem as drogas,
O que me deixaria baqueado?
Se não fossem as drogas,
Estaria chateado?
Chateado por não ter nada pra fazer,
Vendo tudo acontecer.
Vendo a vida florescer.

Se não fossem as drogas,
Pra me levar pra longe,
Se não fossem as drogas,
Pra me trazer de volta,
De volta a uma vida medíocre,
Na rotina constantemente patética,
De dias vazios e turbulentos.

Se não fossem as drogas,
Para acabar com minha estúpida timidez,
Se não fossem as drogas,
Para me livrar de preconceitos,
Preconceitos a mim mesmo,
Ignorantes e idiotas,
Sem sentido e sem razão.

Se não fossem as drogas,
Talvez ainda estivesse vivo,
Se não fossem as drogas,
Acho que não teria morrido,
Morrido aos poucos,
Sem poder ver as coisas acontecerem,
Estaria por ai e vivo!

Se não fossem as drogas.

SE NÃO FOSSEM AS DROGAS por Luiz Paulo Maciel de Souza.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Escrita

Ao longe vejo uma torre,
Também tem um morro,
Mais perto um pombo tomando sol,
Árvores e seu leve balançar,
Duas folhas dançam no asfalto,
Um monte assiste ao espetáculo do canto da rua,
De fundo uma música,
Não é a música ideal,
Mas a cena ficou engraçada,
Arrastando as chinelas passa um velho,
Parece cansado,
Escuto alguém cantando,
É encantadoramente desafinada,
Teve um grito de gol no radio,
Era apenas propaganda,
Por algum motivo pensei em discursos,
Depois em palestras,
Agora não quero mais pensar em nada.
Tudo isso foi prostrado na mureta a frente de minha casa,
Quanta informação parado em um simples lugar!
Às vezes penso que o ócio é uma benção.

ÓCIO por Douglas Galdino Lacerda.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Escrita

Sinceridade atroz,
Assim já fui acusado.

Com o tempo fui aprendendo,
Fui mentindo pelo vento.

Primeiro mentir para não ofender,
Depois mentir para proteger,
Cheguei a mentir para ter vantagem.

Com o constante uso veio à lapidação,
Aprendi a fina arte da omissão.

Depois veio o que considero o “Crème De La Crème”,
Fiquei versátil em mentir dizendo a verdade.

Depois de tudo simplesmente parei.
Perdeu o sentido,
Acho que foi um ciclo.

Uma grande roda de aprendizagem.
Voltei a dizer a verdade!

O fim sempre esteve me esperando no começo.

VERAZ por Douglas Galdino Lacerda.

Escrita

Humildade é uma palavra com a qual me apeguei.
Mas o fato de lhe ter primado já me fez sentenciado,
Preciso me policiar e sempre ficar lembrando-me,
Sou Réu Confesso!
Quase nunca demonstro esse lado,
Prefiro me esconder atrás de um cenho pesado,
Fechado e soturno.
Assim eu acredito afastar e diminuir as situações onde posso ser colocado em teste.
Paciência não é mais o meu forte.
Eu nem sei mais qual é o meu ponto Norte.
Viver assim é pesado!

ANDAR AMARGURADO por Douglas Galdino Lacerda.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Escrita

Não acredito em um amanhã celestial,
Essa visão de vida pós-morte é depreciativa,
Banaliza todas as realizações e conquistas de viver,
Para mim só existe o aqui e o agora,
E o que se faz deles é a única coisa que importa,
Aproveitar o tempo que tem da forma que lhe agrada,
Ter a certeza de morrer tendo realizado a maior parte de suas vontades.
Mas não realize todas,
Deixe algumas passar,
É uma apólice de seguros caso haja outra vida.
Isso pode ser chocante para você,
Mas você vai morrer!
Eu lhe garanto,
Pode ter certeza disso.
Mesmo assim tente chegar ao fim abandonando a patética cena de lagrimas,
Choros e declarações de arrependimento.
Coragem e dignidade,
Assim deve ser.
Tenha um belo final,
Mesmo que morrer seja ridículo,
Esse será o seu último Ato,
O Gran Finale.
“Morrer é o ridículo da vida!”

DE PASSAGEM por Douglas Galdino Lacerda.

Escrita

Certa vez escutei essa frase:
“O que acontecerá ao velho Gamo quando o novo nascer?”
Ou era “(...) quando o novo crescer?”
De fato não me lembro ao certo,
Da primeira vez que escutei não dei importância à frase,
Achei uma bobagem poética de simbolismo arcaico,
Coisas do Velho Mundo e mitos pagãos,
Na época cheguei a ver barbárie na frase,
Afinal ela soa como um presságio ameaçador,
É como se fosse uma sentença,
O poder do velho ficara em xeque quando o novo estiver pronto.
Mas a pouco a venho olhando como se falasse de responsabilidade.
Pesos e deveres são adquiridos com a idade,
À medida que envelhecemos a responsabilidade aumenta,
Em relação a tudo nos tornamos mais capazes e aptos,
Isso talvez seja experiência ou sabedoria de vida,
Confesso que não entendo muito bem tudo isso.
De um tempo prá cá essa frase já não me parece agressiva,
Talvez esse realmente seja o ciclo natural das coisas,
Talvez o filho realmente deva tomar o lugar do pai,
Dar continuidade ao trabalho,
Seguir protegendo aqueles por quem ele lutou a vida toda,
Cuidar e zelar e proteger.
Essa idéia me encheu de temor,
Pela primeira vez fiquei com medo de crescer,
Tenho me centrado e pensado muito sobre isso,
Hoje a pergunta que me faço é:
“Do que será capaz o novo Gamo quando o velho se for?”
Pai dê-me forças!

FILHOS E GAMOS por Douglas Galdino Lacerda.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Escrita

Um dia qualquer,
Em uma rua qualquer,
Com um destino qualquer,
Por um motivo qualquer,
Um homem qualquer,
Terá uma idéia qualquer,
Essa idéia vai mudar o mundo!

QUALQUER UM por Douglas Galdino Lacerda.

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